Wednesday, 29.11.2017

Feminist Lab

A crítica feminista aos padrões actuais do desenvolvimento e dos processos democráticos têm potencial para criar uma renovação das ideias na arena política, segundo as participantes do laboratório feminista.

A crítica feminista aos padrões actuais do desenvolvimento e dos processos democráticos têm potencial para criar uma renovação das ideias na arena política, constataram as participantes do grupo de reflexão e acção feminista depois do seu primeiro Idea Lab (laboratório de ideias) em Maputo. O evento reuniu 30 mulheres – académicas, activistas sociais e mulheres progressistas nos sindicatos e na arena política – de diferentes regiões do continente africano. Objectivo era analisar os desafios de um desenvolvimento socio-económico justo do ponto de vista do género, bem como os processos de participação política de uma perspectiva critica e interdisciplinar.

Na actual conjunctura de retrocessos conservadores, precisa-se de um feminismo de resistência, capaz de responder às necessidades do momento contemporâneo. Um feminismo que permite a consciência radical e que é guiado por princípios não-negociáveis. Enquanto ideais da libertação da mulher estavam muito presentes no ideário dos movimentos anticoloniais e faziam parte do sonho de uma nova sociedade mais igual e justa, hoje em dia as mulheres africanas são vistas muitas vezes apenas como vítimas e um grupo alvo de indicadores de desenvolvimento. É preciso repensar radicalmente a participação democrática e económica das mulheres. O feminismo neste sentido pode ser o “combustível para a mudança das sociedades” rumo a mais justiça social.

O grupo trabalhará durante o próximo ano em vários laboratórios de ideias sobre alternativas aos actuais modelos de desenvolvimento e de organização política. “Fala-se muito de inclusão”, queixou-se uma participante. “Mas temos que nos perguntar, inclusão em quê? No capitalismo extractivista do momento? Não obrigada!” Extractivismo neste sentido não se refere apenas às actividades económicas da indústria extractiva, mas à um modelo económico predatório, que explora matérias primas (de petróleo e minerais até força de trabalho, terra e o corpo da mulher) para transformá-las em lucros. Publicaremos em breve os primeiros resultados destes debates aqui. 

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