18.12.2023

QUE TIPO DE DESENVOLVIMENTO NÓS QUEREMOS? O QUE FAZER AGORA?

A resistência ao impacto do modelo actual de desenvolvimento económico do país passa pelo fortalecimento a liberdade de expressão das comunidades afectadas pela indústria extractiva. Assim, por cerca de dois anos, a HIKONE Moçambique buscou compreender a forma como os padrões de poder, controlo e reprodução do extractivismo e o seu impacto nas comunidades afectadas molda a vida das mulheres.

O uso sustentável dos recursos naturais e a busca contínua por um espaço contínuo de aprendizagem que visa a restauração dos meios de vida foi o objectivo do Simpósio realizado a 29 de Novembro de 2023.

A participação proactiva dos núcleos de mulheres rurais, agricultoras e do comércio informal na caracterização do avanço da indústria extractiva nas comunidades afectadas pela mineração no espaço público foi uma das mais valias do workshop.

O direito ao acesso e compensação pela terra consta nos diferentes instrumentos legais, mas as mulheres continuam a enfrentar desafios devido a factores como a falta de segurança na posse de terra e a concentração de benefícios nas estruturas patriarcais. A garantia de direitos para que o processo de compensação inclua o valor cultural, moral e económico e corresponda aos ganhos com a extração é umas das principais expectactivas das mulheres rurais.

Uma maior atenção aos aspectos culturais e as relações de poder que existem entre homens e mulheres é proposta como alternativa para a luta contra as desigualdades sociais foi um dos destaques do evento.

O Simpósio culminou com a apresentação de um manifesto do movimento de mulheres em resistência à indústria extrativa e de um caderno de evidências que resume as conclusões dos depoimentos de mulheres de vários distritos afetados pela indústria extrativa em Moçambique. O propósito último é influenciar os mecanismos de acesso, alocação, uso e controle da terra, bem como os processos de resolução dos conflitos de terra.


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